CAPÍTULO 1 - ASSIM COMEÇA A MINHA HISTÓRIA...


Você já sentiu como se fosse dona do mundo e de todos? Já sentiu como se nada fosse mais importante que sua vida, sua beleza e seu dinheiro? Pois é, eu me senti assim uma vez....

Um dia você é grande, rico e poderoso, no outro você esta jogado à beira de uma praia desconhecida cercada por gente seminua e sem a menor falta da necessidade de vaidade e desejos materiais.

Vou contar minha história, a história de como um ser estupidamente burro e ignorante, iludido pela vida de luxo, pode mudar totalmente seus conceitos e gostos... E principalmente... Seu coração.


Era dia, o sol estava no topo do céu a me contemplar com seus raios quentes e seu lindo brilho, no entanto eu nunca havia parado pra reparar como ele era lindo de verdade e como seu calor era importante. O navio de Wellington ia veloz pelas águas apreciando a vista azul, mas nós a bordo apenas nos importávamos em curtir, beber e nos gabarmos de como éramos ricos e poderosos e de como podíamos fazer tudo o que quiséssemos.



_Gata, eu já estou quase pifando, não aguento mais dançar! Tenho que dar uma descansada ou capoto aqui mesmo!

_Ah gatinho, você, cansado? Não consigo imaginar!!! – ri – Vamos lá! Dance comigo mais um pouco, sei que agüenta, ou vai dar um de covarde e molenga?

_Covarde e molenga é? – sorriu – Eu aposto que você não aguentaria subir na bancada e dançar ali só pra mim!!!

_Tá de sacanagem? É claro que eu consigo!!! Veja só! – dei as costas a ele e largando a taça de vodka, levantei meu vestido e pus a subir na bancada, bem na ponta do navio – Viu só??? Eu posso estar bêbada, mas não perco uma aposta!!! Olha olha... Numa perna só!!! Hahahahah!!! Agora você dança mais comigo?

_Danço claro! Mas desça devagar, você pode escorregar! – ele disse, zoando.


_Veja meu salto! – Fui tentar dar um salto da bancada até ele, mas algo saiu errado... Talvez fosse um pouco de bebida que estava ali em cima e foi onde eu havia escorregado... Voei para dentro d’água de costas....

_Susana!!! Rápido, alguém chame o salva-vidas! – berrou Wellington desesperado e um pouco bêbado.

_Mas não há salva-vidas no navio! Você não quis contratar um, achou que era desnecessário! – falou um dos amigos.

_Então pegue a bóia de emergência!!!

_Também não tem bóia aqui! Você só trouxe bebidas e um som enorme!!!

_Calma gata, vou te salvar!!! – berrou. Mas quando olhou novamente na água, eu já havia desaparecido.


Boiando, sozinha e desacordada, nem vi o navio se distanciar, nem para onde as ondas iriam me levar... Talvez esse fosse meu fim, o fim de uma vida ociosa, vazia, repleta de prazeres mundanos, mas nada que fosse importante tentar levar junto para o outro lado da vida. Quem se importaria em perder alguém que nunca fez nada que as pessoas pudessem se orgulhar? Claro, meus amigos se orgulhavam dos carros importados e jóias da nova moda que eu sempre comprava, mas eu me refiro a algo grandioso e bom, que não envolvesse só a mim, mas outros também. Então era isso... Eu iria morrer e iria direto para o inferno como a riquinha mimada que não soube valorizar a vida. Mas não foi bem assim... Naquele momento em que estava desacordada, eu sentia as ondas me levando, eu mal sabia que aquele lugar mudaria minha vida para sempre.



_Ai minha cabeça... Meu corpinho lindo.... Estou molhada... ... ... Molhada????


Abri os olhos e quase surtei com tanta escuridão, as ondas ainda me balançavam levemente como se pedissem com carinho para eu despertar, tinha areia até dentro da minha calcinha... E meu vestido estava imundo. Aos pouco fui recobrando a memória e lembrei o que havia acontecido...

_Não acredito! Eles me deixaram no mar e nem me salvaram??? Nossa! É óbvio não é? Se tivessem me salvado eu não estaria aqui! E gora? Eu vou morrer! Eu vou morrer aqui! E onde estão minhas joias e meus sapatos? Será que fui roubada? Ou talvez tenham sido levados pelo mar... Que nojo, esse lugar é tão horrível! Estou com tanto medo! Meu deus me ajuda!!!


Fiquei a olhar para todos os lados esperando avistar um barco, um navio, alguém ou alguma coisa que pudessem me tirar dali o quanto antes... Mas a única coisa que eu enxergava era água e mais um pouco de água... Do outro lado, só mato, mato e mais mato... Eu estava perdida! Pensei em começar a berrar e gritar por socorro, mas talvez eu poderia atrair algum animal selvagem que me comeria ali mesmo... Melhor não. Pensei em ficar sentada ali sem sair do lugar, esperando avistar ajuda, e foi o que fiz... Fiquei sentada ali, olhando quase que sem piscar para o horizonte, sonhando ver Wellington chegando com seu navio para me resgatar.


A noite era longa demais e a fome estava começando a ficar incomoda. Minha barriga roncava como um touro, eu estava faminta... Mas o que tinha ali que eu poderia comer? Areia? Água talvez? Pelo menos não era salgada... NÃO! Eu tinha que procurar algo comestível, mas estava com medo de entrar na floresta e me perder ainda mais... Mas eu não tinha escolha, ou era entrar e achar algo para comer, ou ficar e morrer de fome.

_Esta bem! – resmunguei como quem não tem nada a perder – Preciso comer!


Adentrei aquelas árvores sem medo (por fora) e fui em busca de alimento. Ao passo que andava, a noite ia me assombrando, e a floresta ia ficando mais escura... O medo ia tomando conta a cada barulhinho que a natureza promovia. Eu já estava começando a achar que talvez, ficar e morrer na beira da praia não teria sido tão ruim... Mas morrer de fome deve ser bem pior ‘-‘) Até porque eu ficaria dias ali, até desidratar e meus órgãos pararem de funcionar por falta de nutrientes importantes... Bruuuuhhh! Me dava até arrepios pensar nisso, e quando estava quase enlouquecendo com meus pensamentos, tropecei em algo que parecia ser uma armadilha, e fiquei enroscada! Meu vestido prendeu na madeira pesada e cheia de farpas e eu não conseguia levantar! A engenhoca fez um ruído que ecoou pela mata a dentro, e logo ouvi muitos passos e sons de pisar em folhas secas.


_Senhor meu Deus, Jesus Cristo, Ave Maria, meu pai do céu!!!! – coloquei-me a rezar, agora sim a morte chegava e chegava rápido! O barulho foi aumentando e agora pareciam centenas de passos rápidos e fortes como o galopar de cavalos selvagens.

De repente como uma cena em câmera lenta de filme de ação, três homens enormes saltaram do meio do mato, seriam canibais?

_Por favor não me machuquem!!! – berrei apavorada quase que fazendo xixi no vestido... Tampando o rosto, mal pudia vê-los direito...


Eles ficaram me olhando, atentos a todos os meus detalhes, que por sinal eram lindos e exuberantes, de uma beleza jamais vista por aqueles nativos com certeza sem cultura... Eles pareciam ser grandes, bem grandes como os guerreiros do filme 300. Fiquei com muito medo, e este medo não me permitia fazer um movimento sequer...

 Num gesto rápido, me golpearam na cabeça e eu apaguei... Para onde iriam me levar? Só Deus sabia...O jeito agora era esperar pra ver no que isso ia dar...


3 comentários:

David Veiga disse...

Nossa, nossa, nossaaa! Adorei o primeiro capítulo Jeh! :D

City12 disse...

Olá, sou Megan e você é ótima !
Boa pra escrever Historias de drama eu gostaria de perguntar se podíamos criar uma Historia de Drama juntas, Pra postar aqui já que você ta reco messando como disse, bem pensa ta !

Unknown disse...

e giro o 1º capitulo :)
Parabens