✿ Capítulo 12

Shown chegou no lugar combinado por ele e Solária da última vez que se encontraram e soltou um brilho no céu, que era um sinal dizendo a ela que ele estava lá, Solaria rapidamente viu e seguiu até o local.

Chegando lá, os dois se viram e ela correu para o abraço, mas vendo a expressão de preocupação estampada na face dele, foi ficando séria e perguntou - Shown, meu amor.... O que houve?

-Nossa filha esta correndo perigo! - exclamou ele - Aconteceu o que temíamos! Encontraram nossa filha, já sabem onde ela mora e suspeitam dela! Minha irmã contratou um espião que fica vigiando nossa menina... Estou muito preocupado!

-Oh céus! Que horror! Temos que fazer alguma coisa! - exclamou ela, preocupada.

-Sim, exatamente! Por isso eu vim falar com você. Não posso agir, estão todos em cima, pressionando como sempre por causa desses boatos de um novo mestiço escondido, principalmente minha irmã. Ela está desesperada, esta contratando todo mundo para achar essa criança. Se eu fizer algo, vão suspeitar de mim, e isso não seria nada bom. Preciso de que você tome alguma providência! Pra você é mais fácil, vocês fadas são doceis e meigas, suas amigas devem compreender bem o que você esta passando e podem ajudar.

-Não fale de nós como se fossemos as criaturas mais fofinhas da terra! E você esta enganado, eu nunca contei pra ninguém além da Fada Mãe! Há rumores que algumas fadas estão sendo compradas por outros clãs, a situação esta crítica! A notícia da mestiça criou um reboliço aqui! Fadas estão se desesperando com medo de morrerem e outras se rebelando querendo achar a mestiça para obterem mais poder... Não podemos confiar em quase ninguém!

-Droga! - irritou-se Shown - Eu não entendo o porque de tanto estardalhaço! É só uma criança! Inocente e pura! Estou me dobrando em cinco para tentar despistar as dúvidas e observações sobre mim, e agora você também parece estar num ambiente duvidoso! Raios!!!!

-Acalme-se! - pediu ela com doçura - Esbravejar não vai adiantar nada! E você sabe que não é só uma criança comum, ela pode ter os nossos poderes juntos, ou pode não ter nenhum... Me ajude a pensar no que fazer!

-Eu não faço ideia! - berrou ele, zangado. Shown quando se zangava se deixava levar pelo seu lado negro, era de família - Estou cansado disso! Cansado de tentar ser invisível! Cansado de viver escondendo segredos e tentando despistar as investigações da minha irmã! Não sei onde eu estava com a cabeça quando fui me apaixonar por você e ter essa estúpida criança que só nos trouxe problemas! Maldição!!!!

Solaria assustou-se com o tom de raiva na voz dele, e magoou-se com tais palavras... Seus olhos miraram o chão e ela entristeceu-se. Shown, percebendo que falara besteira, tentou se desculpar - Perdoe-me Solaria... Eu não queria dizer isso... Me desculpe...

-Sabe... A muito diziam que não deveríamos nos preocupar com o que entra pela nossa boca, mas com o que sai, porque o que sai é o que o nosso coração esta impregnado... - disse ela, ainda triste.

Ele a abraçou e algumas lágrimas de desespero foram escapando, estava de fato arrependido pelo que falara sem pensar - Vamos pensar em algo para proteger a nossa pequena. Precisamos estar unidos, me perdoe pelo que falei.

Ela olhou em seus olhos e sorriu, acariciando seu rosto - Eu acho que sei o que podemos fazer, vou lhe contar...

Enquanto isso na Terra...

-Me desculpe vovó - disse Luciana, sendo encarada por Augusta e George - Eu não quis desobedecer, só queria brincar um pouquinho com a Sofia.

-Você sabe que é feio descumprir uma ordem Luci - disse George.

-Luci, porque saiu escondida quando eu disse que você estava de castigo? - perguntou Augusta.

-Eu não aguentava mais ficar no quarto! Estava me sentindo muito triste! - exclamou Luci.

-Triste? A vovó é que devia estar triste, porque você inventou coisas só para não ir à escola! - disse Augusta.

-Eu não inventei!!!! - gritou Luciana - É tudo verdade!!! Vocês não acreditam em mim! Ninguém acredita! Eu nunca menti! Não gosto de mentiras vovó!

Luciana foi ficando brava com o fato de estar sendo acusada de mentirosa novamente pelas pessoas que ela mais amava, mas antes que alguma mudança pudesse acontecer, o clima tenso foi interrompido pela campainha que tocou.

-Vá para o quarto, a nossa conversa ainda não acabou ouviu?! - disse Augusta indo atender a porta. Luci esbravejou e foi pro quarto pisando duro. Augusta abriu a porta, e viu uma figura distinta com um sorriso largo - Boa tarde, posso ajudar?

-Oi! A senhora deve ser a Dona Augusta, não é? - disse a jovem - Eu me chamo Tereza! Ouvi dizer que sua filha foi expulsa daquela escola chique, e fiquei muito abismada! Eu sou professora particular, dou aulas em casa! Se a senhora estiver interessada, posso ser a professora da sua filha!

Augusta surpreendeu-se em como as notícias correm! E aquela figura estranha ali parada dizendo ser professora, era muito estranho, como ela ficou sabendo? Deve ter sido os pais dos alunos que espalharam, devem estar gritando de alegria para o mundo... Mas Luciana precisava estudar, e uma professora em casa até que seria uma boa ideia, assim ela poderia acompanhar os estudos de Luci e ver como ela se comporta.

-Entre por gentileza - disse Augusta - Sente-se, vamos conversar um pouco melhor sobre isso.

Tereza entrou, fitou a sala, os móveis, fitou George, depois sentou-se, e esperou Augusta sentar ao seu lado.

-Pode começar dizendo sua idade, onde você se formou professora, quantos alunos já ensinou, e o que mais quiser falar.

-Ah sim, claro! Bem, eu tenho 23 anos, me formei a academia de pedagogia de Bridge Port, e estou começando a carreira de professora agora. Esta muito difícil ser contratada pelas escolas, por isso estou tentando esse novo método de professora do lar. Sua filha seria minha primeira aluna, e eu com certeza daria o melhor do que aprendi para ensinar ela.

-Hmm entendo. Começar uma carreira é bem difícil.. Realmente estou precisando de um professor para Luci, ela não é minha filha, é minha neta. Os pais dela faleceram num acidente de carro - mentiu - Acho que vou lhe dar uma chance Tereza. Quanto você cobra?

-Bem, estou querendo uns 100 reais por mês, para poder me manter.

-100? É... Esta muito bom esse preço! - Augusta pensou um pouco, olhou para George, ele balançou a cabeça positivamente e ela continuou - Muito bem, esta certo! Vamos fazer um teste de uma semana, se eu gosta do seu método de ensino, lhe contratarei! Esta de acordo? - levantaram-se.

-Sim, claro!!! - então parou, pensou e disse - Mas tenho uma pequena objeção.

-Qual seria? - perguntou Augusta.

-Meu filho Jonathan. Ele tem 12 anos e não pode ficar sozinho em casa. Meu marido nos abandonou e não tenho com quem deixá-lo, eu gostaria de trazê-lo junto nas aulas, assim ensinaria os dois, ele é um bom menino, não dará trabalho algum.

-Tudo bem, traga-o sim, vai ser bom pra Luci ter um amigo. Pois então quando pretende começar?

-Amanhã! Amanhã mesmo estarei aqui! Muito obrigada pela confiança Dona Augusta! A senhora não irá se arrepender!