Luiz Fernando era um homem muito curioso, que escondia um passado. Ele era calmo e tranquilo, mas quando estava trabalhando, mudava sua postura para um homem agitado e durão, com muita garra dedicando-se 110% pelos seus clientes.
Depois do ocorrido naquele café, ele não conseguia apagar da lembrança aqueles olhos intensos, porém pareciam ser tão vazios quanto o dele. Mesmo assim, de forma alguma ele imaginaria que iria encontrá-la novamente. Pensou em passar no café para desculpar-se num outro dia, mas não pensou que fosse reencontrá-la de tal forma, tão rápido. Já faziam três dias que Marcela estava na delegacia, e ele tinha passado a manhã toda estudando e revisando o caso de dela, pois ele realmente queria ajudá-la, poderia esconder para todos, menos para si próprio, de que seu desejo de salvar a garota era mais para agradar Helena do que de fato para ajudar Marcela.
Pouco antes do horário do almoço, ele foi conversar com Marcela, afim de ter mais detalhes sobre o que realmente tinha acontecido - Olhe senhorita Flanco, eu estou aqui para ajudá-la, mas para isso, preciso que me conte o que houve de verdade, sendo culpada ou não, não esconda nada de mim.
Ela ficou um tanto insegura, ele parecia ser um bom homem, mas ela estava com muito medo. Sua vontade era tanta de sair logo dali, que não sabia nem por onde começar - Eu entrei no parque com meu amigo, queria impressionar ele e subi no balão. Mas de repente não sei o que houve, o balão começou a se mexer e tomou voo, eu não pude controlá-lo. Foi um acidente! Eu não queria causar nenhum problema doutor!
-Você disse que estava com um amigo? Ele fez com que o balão voasse? Ele tem alguma culpa nisso?
Marcela estava suando frio. Ela não podia dizer que ele entrou e voou com ela, nunca se perdoaria se ele fosse acusado de algo por sua culpa - Não, ele não fez nada, ele estava há uns vinte passos do balão, não poderia ter feito algo assim. Estou muito arrependida... Eu só quero ir pra casa! dizia enxugando as lágrimas.
Pela história, Luiz concluiu que não passava de uma brincadeira adolescente que virou acidente, o que poderia tornar a situação um pouco mais favorável - Veja bem, se conseguirmos provar que você é inocente, você terá que pagar no máximo uns dois meses de trabalho comunitário.
Ela suspirou um pouco aliviada, e ele continuou - Preciso conversar com seu amigo primeiro, talvez ele possa ter visto algo que nos ajude a provar o acidente.
Ao ouvir isso, Marcela estremeceu... Se ele falar com Luizinho tudo estará perdido! Ele vai contar a verdade e ambos estarão prejudicados! Sem saber como agir, ela acabou ficando muda e deixou o momento escapar com a saída de Luiz Fernando.
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Helena estava em casa, jogada na cama, sem vontade de comer ou se quer trocar de roupa... estava sem saber o que fazer, pensando em como seria terrível o futuro de Marcela numa cadeia feminina, cheia de mulheres realmente perigosas, bandidas e assassinas, Marcela iria enlouquecer. E depois, como arranjaria um bom emprego? As pessoas tem muitos preconceitos contra ex-presidiários, e ela mesma disse que não iria trabalhar com ela porque não queria passar o resto da vida atrás de um balcão numa cafeteria... De repente, Eulália a desperta de seus pensamentos, dizendo que o doutor Fernando estava no telefone querendo falar com ela.
Helena estava em casa, jogada na cama, sem vontade de comer ou se quer trocar de roupa... estava sem saber o que fazer, pensando em como seria terrível o futuro de Marcela numa cadeia feminina, cheia de mulheres realmente perigosas, bandidas e assassinas, Marcela iria enlouquecer. E depois, como arranjaria um bom emprego? As pessoas tem muitos preconceitos contra ex-presidiários, e ela mesma disse que não iria trabalhar com ela porque não queria passar o resto da vida atrás de um balcão numa cafeteria... De repente, Eulália a desperta de seus pensamentos, dizendo que o doutor Fernando estava no telefone querendo falar com ela.
No mesmo instante, ela levantou-se e rapidamente atendeu - Alô? Doutor? Como esta a minha filha? Alguma notícia? Ela esta bem?
-Acalme-se - disse ele - Eu ainda não tenho novidades sobre o caso dela. Na verdade, minha ligação era para te convidar para almoçar comigo. Assim você pode me contar mais sobre Marcela, qualquer informação é importante pra ajudar no caso, e estou aguardando um pedido que fiz ao juiz, para que ela possa responder o processo em liberdade.
Helena suspirou pouco aliviada, só de saber que ela poderia estar em casa já era uma ótima notícia - Então - ele continuou - Você aceita almoçar comigo?
Ela estava com vergonha sem saber o que responder, e antes que dissesse algo, Eulália que ouvia a conversa pelo telefone da sala disse - Aceita logo, minha filha! Você precisa se distrair um pouco!
-Mãe! A senhora estava ouvindo minha conversa? Que feio!!!
-É claro! Mas eu tenho uma boa desculpa pra isso, eu queria ouvir as notícias em primeira mão também hehehe.
Ela balançou a cabeça sorrindo pensando "minha mãe não tem jeito mesmo" e disse - Tudo bem, eu aceito.
-Que ótimo! Então, estarei passando ai daqui trinta minutos - desligou.
Helena estava se sentindo meio estranha, era uma sensação que ela não sentia a muito tempo: frio na barriga... Se sentia como uma jovem indo pro seu primeiro encontro.... - eu preciso estar apresentável! - olhou seu guarda roupa e não achou nenhuma roupa adequada. Tomou um banho rápido, e subiu no quarto de Marcela e fuçou nas gavetas, achando um belo vestido, um pouco justo na verdade, mas que lhe caiu muito bem - Vai ser esse mesmo! - Passou sua maquiagem que a há muito não usava, e prendeu os cabelos, deixando algumas mechas deslizarem pelo rosto pra dar um charme. Pela primeira vez em muitos anos, se sentiu linda.
Eulália estava na sala lendo, quando a viu descendo as escadas, levantou-se e exclamou - Meu Deus! Quem deixou essa atriz de cinema entrar? - sorriu.
-Oh mamãe - ela a abraçou - Me sinto até outra pessoa.
-Você esta magnífica. E essa outra pessoa, é o seu lado jovem. Esta gostando dele?
-Muito - ela sorriu, constrangida com os elogios, que há muito não ouvia também.
6 comentários:
A filha presa e ela saindo para encontros.. Que feio, dona Helena! Mas eu te perdoou. Com uma delicia dessas, deixar um encontro passar é um pecado imperdoável.
Divirta-se e volte logo para nos contar como foi o encontro hehe
xoxo
Acho meio difícil ela conseguir se divertir neste momento, já que a Marcelita tá naquela situação e tal. Mas acredito que seja até bom para ela, nada de depressão, o que a gente precisa agora é de pensamento positivo e muitas pessoas apoiando a família, além de um advogado camarada e super delícia mil, com certeza. E concordo com a dona Eulália, que bonitona que a Helena ficou, hein? KNAKDNS =3
Beijo.
Hmmm adorei o capítulo.Estou torcendo para que eles se divirtam e para que aconteça alguma coisa entre eles.
kkkkkk pois é, mas acho que depois de tudo que Helena viveu com o ex-marido, ela merece um pouco de diversão *-*)~~
Abração!!!
difícil é, mas não é impossível. Acho que mesmo com diversos problemas a gente precisa sorrir um pouco só pra variar rs.
Beijo querida!
Que bom que adorou!!!
Vamos ver se eles vão se divertir *--*)
Beijoos ♥
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