CAPÍTULO 2 - OS NATIVOS!


_Céus! – acordei dando um belo grito - Onde estou??? – De fato eu não sabia. A única coisa que lembrava foi do terrível pesadelo com aqueles homens enormes.

Observei onde eu estava... Parecia uma cabana ou tenda, sei lá... E estava vazia. Quero dizer, havia algumas coisas... Mas nada que pudesse ser rotulado importante. Pensei em sair dali, será que me atrevo?

Ao me levantar, reparei o quão suja eu estava, e vi um tapete no chão, parecia ter sido tecido à mão, e era de palha ou folhas secas. Não pensei duas vezes, arranquei meu vestido imundo e me enrolei com aquele tapete nojento. Tirei um grampo do meu sutiã que estava em sopa, e prendi o tapete para que não caísse e eu não acabasse ficando nua na frente desses canibais. Soltei uma alça do meu sutiã e amarrei meu cabelo e retirei o resto da maquiagem que já estava até borrada...


_Okay... Lá vou eu... – respirei fundo e fui caminhando em direção a saída.

Aquele treco esquisito coçava pra caramba e me incomodava... Ao bater os olhos fora daquela tenda, fiquei perplexa...




Era uma civilização inteira ali... Bom, pelo menos parecia ser, tinha muitas tendas, fogueiras e tudo o mais. A única coisa que faltava ali era os nativos! Não tinha ninguém! Nem uma alma viva... Talvez fosse o momento perfeito para fugir... Mas fugir pra onde? Voltar para a beira do mar? Pra que? Pra ter que ir buscar comida e cair em outra armadilha? Não, obrigada...


Eu caminhava lentamente observando aquele lugar curioso... Como pessoas poderiam aprender a viver em circunstâncias tão críticas? Em condições precárias, falta de higiene, alimentos inadequados, sabe-se lá o que eles comiam, e o pior de tudo... Como conseguem viver sem roupas de grife, sem a moda de paris, sem jóias e a fama? Dinheiro? Acho que nem devem saber o que é...

Ali estava eu em meio aos meus pensamentos quando surge uma mulher, vindo em minha direção com olhar sério e sobrancelhas franzidas... Agora ferrou! Ela vai brigar comigo por eu ter saído da barraca ou por eu ter vestido um tapete que não era meu ou simplesmente por eu com certeza ser muito mais linda que ela em todos os aspectos.... O que será que ela vai me dizer?


_Me desculpe por ter saído de lá, é que eu... – Fui interrompida da minha tentativa de ser amigável por aquela canibal enfurecida dizendo em alto e bom tom – VOCÊ NÃO BEM VINDA BLANKA STRANGA! – e saiu dando as costas novamente.

Eu fiquei ali parada com um olhar de “Jack Sparrow surpreendido” tentando entender do que aquela doida havia me chamado...

_Não liga pra ela, é muito temperamental! – disse alguém chegando por trás.

Levei um susto quando olhei e parecia ser a mesma mulher! – Santo Deus! Você é uma bruxa? Como apareceu ai?


Ela riu, e sorrindo falou – Não não virino, eu Maueia, ela Henma. Somos iguais em face, mas diferentes em espírito!

_Do que você me chamou? Não sou um girino minha filha, sou humana! – falei estranhando o papo daquela outra mulher que era a mesma mas acho que não era...

Ela riu outra vez e disse – Não não não! Virino! Quer dizer mulher. Blanka stranga quer dizer Branca estranha! Foi do que Henma te chamou.

_Ela me acha estranha? Acho que vocês não devem ter espelhos por aqui... Você pode me explicar algumas coisas? Por exemplo como eu vim parar aqui? E como vocês sabem minha língua? E que língua confusa é essa outra? E porque vocês são iguais?


_Você veio por terra, La cêvalo! É... Cavalos! Isso! Veio em sono. Nós saber sua língua pouco. Fremdulo trouxe língua nova aqui. Ensinou tudo. E Maueia ser igual Henma porque é de mesma mãe! Vocês não ter gemas em seu povo?

_Você quis dizer gêmeos? Sim temos... É que fiquei surpresa e... Quem é fremdulo? Bom, não importa, quero saber quem aqui pode me levar para casa! O mais rápido possível eu espero.

Ela riu novamente... Esse povo deve rir bastante ou devo estar pintada de palhaça... – Nós não pode levar você. Tudo é malproksime! Nada perto, nenhuma terra.

_Acho que você não entendeu... Eu preciso ir pra casa! Para minha casa! Alguém, tem que pegar um barco, e remar... Até minha casa! Ta entendendo?

_Acho que você não entendeu – disse ela me imitando – Não tem barco que alcança terra! Tudo malproksime! Distante, lá depois do grande azul! Virino fica na casa de henma.


_NÃO! Não sou virino! Sou Susana!!! Eu! Susana! E não vou ficar aqui! Eu quero ir embora! E quero agora! Agora!!!

De repente me surge um ser altamente apavorante! Não sei se aquilo era homem ou mulher.... Mas me dava muito medo! Na hora que ele veio, a mulher na minha frente fez uma reverência estranha, deu dois soquinhos de mão fechada no peito e um tapinha na testa.


_Blanka virino tre aroganta kaj malsamaj de ni! Ĝi devas esti, ŝi havas mision tie! Ne foriru, ĝis ĝi estas ilia misio plenumita! Postmisio plenumita, estos ŝipo por forpreni. – terminou e se retirou, entrando numa das tendas.

Olhei meio que em estado de choque para Maueia e perguntei  –  O que aquela criatura disse?

2 comentários:

Mariana disse...

Gostei da referência ao Jack Sparrow:)
Continuação de boa escrita:) espero por mais :D

David Veiga disse...

Nossa, medo do que ela falou, kkkk, nem sei o que é, UAHSUHSHUS!