CAPÍTULO 7 - UMA CONFUSÃO DE SENTIMENTOS

Depois que Rocal convidou-me para a tal festa na aldeia e eu aceitei, nos separamos. Ele despediu-se com um sorriso e voltou para sua casa e eu fiquei apreciando meu quarto novo.


_Porque será que ele esta sendo tão gentil comigo? - pensei, recostada na cama - Será que ele estaria interessado em mim? Ou talvez só quisesse farra comigo e por isso estaria sendo tão galante. É melhor eu ficar atenta, ele pode estar tentando me enganar, ou pior! Pode estar querendo manter-me prisioneira para sempre!

Aqueles pensamentos estavam me deixando muito confusa, talvez eu só estivesse tentando  me defender desse sentimento estranho que sinto, cada vez que olhava pra ele.


Era impossível! Aquele corpo, aqueles músculos, aquele sorriso cativante e doce me derrubavam. Eu não deveria estar sentindo isso! Nem poderia! De fato, ficar com ele era algo fora de cogitação! Não tinha como, eu queria ir embora, voltar para minha casa e para minha vida, eram dois desejos que pela primeira vez estavam me começando a me deixar dividida, eu teria de escolher, ou ficar com ele, ou voltar pra casa.

Mas pensando bem, talvez eu pudesse convencê-lo a ir embora comigo! Isso!!! Espere, não posso... Ainda tem Wellington, ele deve estar desesperado à minha procura... Ou quem sabe deva estar de luto pensando que morri... Pode até estar com outra...


_Pare com isso Susana! - falei a mim mesma levantando da cama, tentando dar um basta naquele vendaval confuso de pensamentos complicados - Já estou começando a me deixar abalar, devo ir embora o quanto antes, e sem Rocal! Não devo pensar mais na possibilidade de ficarmos juntos. Isso atrapalharia tudo...

Caminhei até uma das varandas, enquanto que nem percebi a presença de Rocal, nas escadas, com um olhar triste e ao mesmo tempo expressando raiva, acabara de ouvir minhas palavras e voltava transtornado para sua casa, jogando no mar uma rosa.



As horas passavam lentamente e eu não via o momento de ele aparecer, todo elegante na minha frente me chamando para a festa... Apesar do meu ultimato horas atrás sobre "não pensar mais em ficar com ele", meu coração dizia o contrário e eu queria tê-lo para mim, ao mesmo tempo que minha mente tentava repeli-lo.

O som dos batuques ecoavam da aldeia mostrando que a festa estava começando e nada de Rocal aparecer para me chamar. Decidi descer e chama-lo eu mesma. Talvez ele fique contente com minha iniciativa.


Desci as escadas e chegando na saleta, ele estava deitado na cama de folhas, e eu o despertei de seus pensamentos.

_E ai? Não vamos na festa? Levante-se! Parece que já começou!!! - falei toda animada.

_Se quiser ir vá! Sabe o caminho... -  disse ele enquanto se sentava, em tom grosso e rude.

_Como assim, achei que você ia me levar...

_Já fiz a ponte, você tem pernas, é só ir...


Encarei-o com com ar surpreso e um tanto desapontada, disse - Por que esta me tratando assim? Te fiz algo?

_Fez... Você nasceu! - falou irônico.

Meus olhos se encheram de lágrimas e me senti super péssima...

_Qual é o seu problema? - gritei brava.

Ele me olhou como se não soubesse do que eu estava falando...


_Você me traz pra sua casa, me mantém aqui sem poder sair, me convida duas vezes para ir com você numa maldita festa, faz um quarto só pra mim, me agrada e agora me dá um coice? Que foi, esta na menopausa ou o que?

Ele levantou-se num pulo e olhando nos meus olhos, berrou - TALVEZ EU NÃO DEVESSE TER TE AGRADADO, MUITO MENOS TRAZIDO VOCÊ PRA MINHA VIDA! - deu uma respirada profunda e antes que eu pudesse falar algo, ele prosseguiu - Você não me suporta, não suporta o mundo em que vivo, faça um favor a mim e a si mesma, suma daqui! Me deixe em paz, minha vida era muito melhor antes de você aparecer....


Aquelas palavras me desmontaram como um prédio em demolição. Senti meu mundo cair sobre minha cabeça sem ao menos poder me proteger dos escombros. Todo aquele sentimento, toda aquela confusão que me torturava aumentava mais agora que ele me tratara assim, sem ao menos eu saber o porque... Eu sequer tinha palavras para debater com aquela revelação, e como se não bastasse, ele caminhou até a porta e antes de sair, disse em tom triste - Talvez eu não devesse nem ter te salvado aquele dia no mar... - e saiu correndo pro meio do mato atravessando a ponte e desaparecendo entre as árvores e a noite, mais uma vez me deixando sozinha e completamente perdida, sofrendo agora a rejeição e criando pensamentos rancorosos que em momentos pareciam nem serem meus...


Subi correndo para o quarto e me derramei em lagrimas ajoelhada no chão e debruçada na cama. Como aquilo poderia estar acontecendo? Por que ele me tratava daquela maneira bruta e hostil? Acho que nunca o havia visto tão zangado e triste. Mas por que motivos??? Eu não me recordava de ter feito algo de errado para ele, pensei que finalmente estávamos nos entendendo.

_Como eu pude ser tão tola ao pensar que ele estaria sentindo algo verdadeiro por mim... - choramingava - Agora eu vejo, ele não gosta e nunca vai gostar de mim, só queria mesmo era brincar com o meu coração! Nunca mais quero vê-lo, NUNCA MAIS!


 

6 comentários:

Carol disse...

Sua história é um arraso!!!
Eu amo, acompanho sempre!
Parabéns pela pela escrita!
Continue!!! Estou ansiosa para saber porque ele brigou com ela assim.

Até loguinho!

Florbela Marques disse...

Não sei qual será o verdadeiro sentimento dele para consigo mas o sentimento de você é paixão. Sim, é, sem dúvida, menina, você está se apaixonando!

Beijo!

Anônimo disse...

ele esta assim com ela porque ouviu ela falanod que queria ir embora sem ele nao ?!

Anônimo disse...

Poxa, tomara que eles se acertem. A Susana é meio esnobe, fica tentando camuflar os sentimentos, mas na verdade ela está completamente apaixonada pelo Rocal, só não quer dar o braço a torcer.

Gabi

Mariana disse...

Oi amiga:) Tenho estado um pouco desactualizada da história, mas hoje finalmente consegui arranjar um tempinho para vir cá ler:)
Uma boa continuação*.*

David Veiga disse...

Muito triste com o que se passou entre eles. :(