CAPÍTULO 13 - 3 MESES SE PASSARAM...

A vida estava sendo generosa comigo, apesar de eu acreditar que não merecia.... Aquela longa estadia naquela ilha, além de me deixar mais moreninha, me fez reconhecer o quão vazia eu era e como eu merecia estar ali sofrendo por ter sido uma inútil a vida toda... Lakota e eu conversávamos muito, e ela me contava histórias incríveis e coisas sobre o que o seu povo acreditava... Falávamos sobre espíritos, sobre vida além da vida, e muitos outros fatos curiosos que me intrigavam bastante.


De fato, eu nunca havia parado pra pensar em Deus, em como e o que fazemos aqui... E no que acontece depois que morremos. Quero dizer, eu achava que tudo se acabava, mas agora tenho cá minhas dúvidas... Sei lá, se Deus é tão bom e tão generoso e justo, porque ele nos criaria, deixaria que vivêssemos, aprendêssemos coisas boas e ruins, nos apaixonássemos e criaríamos vínculos com outras pessoas, pra depois acabar tudo? Pra jogar tudo fora? Realmente, Lakota tinha razão quando dizia que há muito mais por trás daquilo que realmente achamos que é a verdade. Será que eu ter parado naquela ilha foi de propósito? Será que conhecer Rocal era necessário? Essas perguntas as vezes me assombravam e eu buscava qualquer jeito de tentar fazê-las desaparecer, nem que fosse por minutos...


Lakota estava me ajudando por demais. Ela arrumara meu cabelo, me ensinou a arte de fazer tintas com flores, ensinou-me a plantas meu próprio alimento e a ser uma ótima trabalhadora do lar como ela diz. Eu estava indo muito bem, já sabia fazer praticamente tudo sozinha, e ela gostava muito. Além do que, tinha coisas que eu fazia questão de fazer, para ela não se esforçar e nem se cansar muito. Os meses estavam se esvaindo por entre os dias e eu já não sentia mais tanta falta da cidade grande... Estava quase admitindo a mim mesma que começara a gostar da vida que estava tendo, mas ainda tinha muito o que aprender para confessar tal coisa, coisa que o ego e o orgulho ainda não me permitiam fazer.


A construção da casa estava quase no final, eu me sentia útil quase que o tempo todo, pois mesmo Tsuke não querendo, eu ajudei ele nas obras, e ele me ensinou a fazer meus próprios móveis, e eu ensinei a ele alguns moldes de móveis da cidade. Fizemos juntos um pequeno poço e uma privada com saída de água. Fiz tudo com muito carinho e amor, do jeitinho que eu gostaria que fosse, eu queria algo sofisticado, porém simples, delicado, nada que chamasse a atenção exageradamente, mas que fosse bonito e confortável.

Lakota ainda não estava com a barriguinha já à mostra, porém havia dado uma engordada, devido a alimentação que aumentava cada dia. Vivia falando do bebê, ela queria muito um menino, para orgulhar o pai. Tsuke sempre sonhou com um garoto, mas tiveram Telaka, e ele não ficou muito satisfeito, então ela faleceu, e ele não se importou muito, quem mais sofreu foi ela, com a perda da filha querida.


Naquela tarde, eu estava deitada na rede, contemplando o céu azul, me imaginando dali cinquenta anos, velhinha e infeliz, prestes a morrer numa ilha isolada do mundo.... Acho que pra eu ser feliz, eu teria que ter alguém especial do meu lado, como.... como.... Melhor não, melhor não ficar alimentando falsas esperanças... Até parece que eu voltaria a vê-lo outra vez... Ele deve estar lá, feliz, todo contente pimpão com suas esposas, com certeza levou elas para morar naquele quarto novo, e deve ter dado o vestido de onça pra elas usarem...

Por que raios minha mente insistia em pensar nele? Por que? Por que???

Eu não queria, mas algo em mim parece que insistia em trazê-lo à tona, dentro de mim, aquele sentimento não havia morrido, só estava adormecido, forçosamente...


Logo Tsuke interrompeu meus pensamentos, chamando-me para ver a casa.

_Claro, estou indo! – respondi levantando-me da rede.

A casa estava linda, em perfeitas condições, ele era um construtor e tanto...

_Ual! Ficou perfeita! Parabéns, você é muito bom! – elogiei-o feliz.

_Venha! Venha conhecer o interior da casa... – ele disse.


Entramos. Os móveis já estavam no lugar à espera de moi, e só faltava eu me mudar. Caminhamos pelos cômodos, e quando chegamos no quarto, eu fiquei maravilhada!

_Nossa! É tão lindo! – falei feliz demais, orgulhosa das minhas próprias criações, havia ficado tudo perfeito! Um pouco torto, mas pra primeira vez fazendo móveis, eu fui mais que bem!

_Realmente ficaram lindos – ele disse, chegando perto de mim, que observava os entalhes da cama – Não poderiam ter fica melhores....

_Ah.. er... Obrigada – falei meio sem jeito.

Ele estava atrás de mim, e notando que o clima estava meio diferente, virei-me para sair do quarto e ele me barrou.


_Espera, pra que sair agora? – ele disse num tom suave e estranho, tentando acariciar meu rosto.

_É... Já vimos tudo, não precisamos ficar aqui, não é? - falei me esquivando de sua mão.

_E... se eu quisesse que você ficasse mais?

_Não estou entendendo – falei, receosa...

_Não se faça de boba... – ele veio e encostou-me na parede – Eu sei o que você é, e sei o que você quer...

_Eu não sei do que esta falando!' – tentei-o empurrar para me dar passagem mas ele não se movia, constrangida, fiquei sem ação, esperando que ele me deixasse em paz.


_Hora, vamos! Você aparece de repente, vai morar na minha casa de graça, se alimenta da minha comida, usa as roupas que minha irmã faz, e agora não quer retribuir? – tentou tocar na minha cintura e eu logo o repreendi.

_Não me toque! Você!... Você vai ser pai! Não tem vergonha? E Lakota? Você não a ama? Tenha um pouco de decência! Eu não quero nada com você!


_Não minta, eu sei que você quer, vejo como olha para mim... Vive me rondando, me seduzindo com esse olhar tentador, e esse corpo maravilhoso... Lakota é minha irmã, estávamos sozinhos aqui há anos, ela e eu entramos num acordo de termos filhos para não acabar com nossa linhagem, mas agora que você apareceu, isso muda tudo.... Quero você!

_Chega! – falei em alto e bom tom – Não quero mais ouvir nada! Você é louco! Eu nunca vou querer nada com você! Nunca! Me deixe em paz!


Empurrei-o com toda a minha força e tentei correr, mas ele segurou meu braço e começou a apertar, e olhando irritado disse – Você pensa que é quem garota? Eu mando aqui! Eu faço o que quiser! E no momento eu quero você... – veio louco para me beijar, mas lhe dei um tapa na cara e no instante que ele se afastou levando a mão ao rosto eu saí correndo.

_Você ainda vai me querer, garota da cidade....

 

Saí desesperada de dentro da casa, não sabia se chorava ou se esbravejava contra aquela sandice... Não estava acreditando, Tsuke parecia ser um homem tão calmo, meigo, de repente se mostrou astuto e autoritário! Imagina se Lakota fica sabendo disso? Não sei o que seria pior... Mas e agora? Ele construiu minha casa, na certa vai querer me cobrar por isso, e as intenções dele não serão das mais apreciáveis...

_Que nojo! – exclamei comigo – Nunca mais quero passar por isso!


_Esta tudo bem querida? – disse Lakota, aparecendo de repente atrás de mim, me dando o maior susto...

_Nossa! Lakota... – quase gaguejei – é... Desculpe.. eu... Estou bem!

_Tem certeza? Você esta pálida! Andou chorando? Não minta para mim...

E agora? O que eu faço? Olho nos olhos dela e digo “Então, sabe como é, seu irmão, pai do seu futuro filho, tentou me assediar dentro da minha casa nova... Mas não houve nada, eu bati nele e fugi...” Ah tá bom! Não saberia nem como dizer isso, e ainda mais porque ela estava grávida, uma notícia dessas poderia prejudicar o bebê...

_Estou bem, me assustei com um esquilo que passou por ali... Levei o maior susto!... – menti.

_Ah... Sei... Esquilos?



_Sim! E era enorme! ... – Notei que ela também parecia meio pálida e abalada, com medo de que tivesse visto algo, então mudei de assunto - Mas me diga, e o bebê, esta tudo bem não é? Tudo nos conformes? Não quero que nada de ruim aconteça a esse pinguinho de gente.

_Esta tudo bem sim.... Bom, com sua licença, vou me deitar, minha costa esta me matando...

_Ah, sim, claro! Faça isso. Vai ser bom pra você descansar um pouco. Eu, vou.... Costurar um pouquinho lá no quarto ta.

_Certo. – então, Lakota deu uns passos, parou num breve momento de silêncio, virou-se e perguntou – Esta realmente tudo bem?

_Esta sim! – sorri falsamente, engolindo a seco.

_Então esta certo. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar – Virou-se e foi para dentro da casa.


_Céus! Espero que isso nunca mais aconteça....

9 comentários:

Anônimo disse...

Olá, aceito seu pedido de parceria
Você faz com banner ou escrita?
Me desculpe não ter respondido antes... estava viajando !

Espero resposta !

Att Doce The Sims

Anônimo disse...

Nossa que nojento. E o Rocal que ainda depois de 3 meses nao a achou ainda, esse tsuke* parece um lobisomem de tanto pelo Oo

Anônimo disse...

acho que a Susana ta ate mais bonita *-*

Fer Fer disse...

Nooooooosssssaaaaa!!!!!! Tsuke mal! Que nojoooo!!! Eca eca eca! Ainda bem q ela correu! Eles n podem ficar sozinhos de jeito nenhum! Esse Tsuke tem q apanhar!!!

Bjo bjão da Fer!

Unknown disse...

Querida!!! Não consigo acessar o seu perfil nem o seu blog!!!

Se possível, manda o link dele aqui, porque quando clico no seu perfil, aparece uma mensagem dizendo

"Perfil não disponível
O Perfil de Blogger que você solicitou não pode ser exibido. Diversos usuários do Blogger ainda não optaram por compartilhar publicamente seus perfis."

Obrigada querida!!! Beijos!!!

Anônimo disse...

Melhor eu te passar meu e-mail, pra gente conversar melhor (ro-rossana@hotmail.com)

Caroline disse...

O_O' Caramba, e o Rocal que ainda não apareceu depois de 3 meses?! Nossa.

Mariana disse...

:O choquei com a atitude do Tsuke...:O

David Veiga disse...

Que safado esse Tsuke!
Meu Sim já foi mais cabeludo que ele. xD