(◡‿◡✿) Capítulo 14.

Helena tinha sido pega de surpresa com aquele convite. Ela quis aceitar, mas ficou com medo - Não sei, é tarde...
Ele estava constrangido, mais sentia algo muito forte ali, em seu coração, que o fazia desejá-la - eu sinto muito, me desculpe por fazer tal convite.
-Não! - exclamou ela - digo... não se desculpe, eu realmente adoraria passear com você, mas acredito que agora esta um pouco tarde e esta ficando frio - sorriu sem jeito.
-Então permita que te leve até sua casa.
-Ora, não quero incomodar você...
-Não é incomodo nenhum, Helena, é um prazer - ele sorriu.
Os dois ficaram sem jeito, pareciam dois adolescentes tímidos... - esta bem, eu vou aceitar, porque estou ficando mesmo com frio!
Ele riu, e assim foram caminhando para o carro. Rodaram em silêncio até a casa dela, e chegando lá, ele desceu e a acompanhou até a porta - pronto, esta em casa, agora vá se agasalhar para não pegar um resfriado.
Ele lhe deu um um beijo no rosto para ir embora, na verdade ele queria ficar com ela, mas suas boas maneiras não permitiam que ele avançasse tanto o sinal - tenha uma boa noite.
Ao virar-se para ir embora, ela o chamou - espere... Você, quer dar uma volta comigo amanhã?
Seu peito se encheu de felicidade - é claro! Onde te encontro?
-Você pode passar aqui - ela sorriu. Ele sorriu ainda mais, acenou de longe e então desapareceu na esquina.
Ao entrar em casa, ela suspirava e se sentia flutuando... De repente balançou a cabeça - o que esta acontecendo comigo? Eu o convidei para sair?? Será que eu estou ficando maluca? Vou acabar me machucando outra vez...
Mas não importava, porque no fundo do seu coração, ela já sentia algo por ele que não podia esconder. Foi para o seu quarto, e deitada na cama, ficou imaginando cenas com ele, cenas de felicidade, ele apenas sorria pra ela, mas um sorriso pra ela já era muita coisa. Ela ficou pensando no elogio que ele lhe fez, sobre seus cabelos soltos, então ela caminhou até o espelho, e ficou se olhando, enquanto via refletida a imagem de uma mulher que estava feliz - Talvez eu deva soltar mais... não somente meus cabelos, mas minhas emoções também...
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O dia raiou e Marcela estava muito preocupada. Sua audiência era hoje, e esta iria definir o seu futuro. Ela estava nervosa, mau conseguiu dormir naquela cama dura. Ainda não havia ido para a cadeia, pois como era uma suspeita, estava presa na delegacia, sem o contato com outras presidiárias. Era ruim estar ali, mas era bem melhor do que a cadeia estadual. Ela temia ir pra lá, sempre foi muito rebelde, mas no fundo sabia que não duraria na mão daquelas mulheres perigosas... e sua rebeldia era reflexo da rebeldia que Carlos havia ensinado, com seus grandes exemplos de intolerância e rebeldia para com sua mãe, quando ainda moravam juntos.
Pensou em sua mãe, e lembrou nas palavras de Luizinho - talvez ele esteja certo... Eu não pensei em ninguém, só pensei em mim mesma... - um sentimento de culpa foi invadindo seu coração e ela começou a se sentir muito triste. Começou a lembrar todas as vezes em que foi rude com Helena, todas as vezes que a criticou e a julgou irresponsável por ter tentado tirar a própria vida. Lembrou-se também de como ele estava bonito ao visitá-la e esqueceu-se de elogiá-lo... 
Logo, foi despertada pelo policial que veio trazer-lhe o café da manhã - muito obrigada - disse ela.
O policial sorriu - de nada.
Ela foi experimentar a comida, e como todos os dias, estava fria e sem gosto - não aguento mais comer isso - resmungou...
Ele sorriu - é horrível mesmo, eu sei. Me desculpe - disse ele.
-Imagina, a culpa não é sua. - os dois ficaram em silêncio, e ele puxou assunto - qual é o seu nome?
-Marcela.
-Legal, meu nome é Érick - sorriu - você tem o mesmo nome da minha irmãzinha.
Ela sorriu - que bom, a única diferença é que ela é uma Marcela livre e eu sou uma Marcela presa...
Ele abaixou a cabeça - infelizmente ela é mais livre do que eu gostaria...
-Porque?
-O espírito dela agora vaga livremente no céu - ele disse.
Marcela sentiu-se mal - me desculpe. Eu não....
-Esta tudo bem.
-O que aconteceu com ela?
-Ela tinha câncer. O médico havia dito que era maligno, que deveríamos dar os melhores dias a ela que nos cabia até a hora final. Pelo menos ela foi sorrindo. Gosto de lembrar nela com um lindo sorriso no rosto. Correndo e rindo pra mim. Cantando. Ela amava cantar.
-Eu sinto muito. Quase tive uma perda como essa na minha vida...
-Alguém da sua família é doente?
-Não, mas minha mãe já tentou se matar...
Ele se arrepiou todo - cruz credo! Porque???
-Meu pai a fez sofrer muito... Ela tinha entrado em depressão, já não comia direito ou dormia... Até que chegou o dia em que a peguei daquele jeito... Com uma faca na mão. Foi a cena mais horrível da minha vida.
-Eu acho que te entendo. Depressão é coisa séria. As pessoas se destroem com ela. Mas acho que nenhum sofrimento é cabível de querer tirar a própria vida.
-É, eu concordo. Mas graças a Deus eu estava lá a tempo. Abracei ela, e ela começou a chorar e soltou a faca. A chutei pra longe e ficamos um bom tempo chorando juntas.
-Fico feliz por vocês duas. Ela deve ter muito orgulho de uma filha como você.
-É... muito orgulho - ironizou - uma filha que esta na delegacia por vandalizar em um monumento público.
Ele riu - todos nós cometemos idiotices na vida, mas isso não deve ter mudado o que ela sente por você - ele sorriu - Bem, eu preciso ir, gostei de conversar com você, "Marcela que esta presa" - brincou - Espero poder te encontrar quando já estiver livre.
Ela não escondeu um sorriso, encantada com aquela cantada - claro, eu espero me encontrar livre também!
Eles riram, e Érick voltou ao seu serviço.

2 comentários:

Luisa disse...

Adorei !!! A Helena PRECISA aproveitar mais o momento!! Porque ela não aceitou!??? Mas tudo bem porque eles vão passear ainda. E a Marcela hein acho que vai acontecer alguma coisa entre o Érick e ela.

Unknown disse...

ela não aceitou porque estava muito tarde e ela era uma mulher de respeito, e querendo ou não, não sabia ao certo o que iria acontecer.

Bobagem da minha parte, se fosse eu, ja tava no carro com esse delícia EHUEHEUHEUHEUHE

Beijos querida!